quarta-feira, 5 de junho de 2013

COMO ME TORNEI LEITORA

Silvia Aparecida Araujo
Não sei ao certo quando foi, de que forma aconteceu. Passado os anos apenas sei que leio.
Lembro-me, no entanto, e é hoje o que me cabe contar, que na minha meninice rodeada por amigos e crescida em uma educação severa, fui crítica demais, e sofria os embates de minha conduta. Os livros me trouxeram perspectivas demais, muitas possibilidades e a Ribeirão do Sul, 20 anos atrás me era tão pequena, tão mesquinha, que eu não cabia em mim e nem ali; sempre vivi a frente da minha época e, achava que tinha nascido no tempo e lugar errado, pois eu e a cidade não nos comportávamos.
Um dia então, o desespero sussurrou em meu ouvido e o pouco que eu via já não enxergava mais. Lembrei-me então, do Padre da cidade, o Padre Djalma. Era tão simples, de olhar firme e sem palavras tolas, mas exalava conhecimento. Fui a sua procura e pedi que conversássemos e ele aceitou. Depois de ouvir todas as minhas queixas e questionamentos sem proferir uma única palavra, pegou uma caneta e anotou algo e me disse, “Leia este livro e você vai compreender todas essas coisas, mas tenha mais paciência com as outras pessoas”; me abençoou e saí.
“O Pequeno Príncipe” era este o livro. Fui à biblioteca e retirei o livro para ler. A primeira impressão foi de que era muito infantil, mas a cada linha lida, o meu interior era restaurado.
Este livro mudou a minha vida, me fez olhar diferente para as coisas e pessoas e se eu tivesse cabeceira na minha cama, ele seria o meu livro de cabeceira, porém, sempre escrevo uma frase dele no canto da lousa para os meus alunos e sempre menciono “O pequeno príncipe” para eles e também para outras pessoas. É um livro de pequenas palavras, repletas de amor e sabedoria, afinal, não é todo dia que uma pessoa (autor), sai para guerrear e encontra o amor.
Ao passar dos anos, ia pelo menos duas vezes à biblioteca retirar livros, que lia rapidamente. Hoje, no entanto, gosto de ler Rubem Alves, Roberto Freire, livros de autores contemporâneos, Lya Luft e outros; porém, e embora esse relato tenha seu foco no livro inspirado por um padre católico, e muitos colegas possam me achar contraditória; mas o que é o mundo, a vida, senão uma linda contradição encontrada?; gosto de ler também o  Osho.

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